O preço do ouro continua oscilando perto de níveis recordes, enquanto os investidores acompanham as tensões crescentes na Venezuela e aguardam os dados sobre a inflação nos EUA. A platina também continuou sua rápida recuperação ontem, com um aumento de 4%.

O preço do metal precioso avançou para US$ 4.330 por onça, alta de 0,8% na quarta-feira — cerca de US$ 50 abaixo do pico histórico registrado em outubro. Os dados de inflação que serão divulgados hoje serão acompanhados de perto, pois podem oferecer pistas sobre a disposição do Federal Reserve em promover novos cortes nas taxas de juros.

A escalada das tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos também vem sustentando os preços do ouro. A incerteza geopolítica costuma aumentar a demanda por ativos de refúgio, e investidores temem que uma eventual desestabilização regional provoque migração de capital para instrumentos considerados mais seguros.

Apesar da resiliência recente, o horizonte de curto prazo segue incerto. Muito dependerá das próximas decisões do Fed e do cenário macroeconômico global. Caso a inflação americana se mostre mais persistente do que o esperado, o banco central pode adotar uma postura mais cautelosa em relação a cortes de juros, o que tenderia a pressionar o ouro.

Ao mesmo tempo, não se pode descartar a intensificação de novos riscos geopolíticos. Qualquer escalada de conflitos ou surgimento de novos focos de tensão pode desencadear outra onda de busca por proteção, mantendo o ouro em patamares elevados.

Vale destacar que, em 2025, o ouro acumula valorização próxima de dois terços e caminha para o melhor desempenho anual desde 1979, impulsionado por compras consistentes de bancos centrais e pela saída de investidores de títulos governamentais e moedas fortes.

Já a platina avançou 18% e segue em alta desde o fechamento de 10 de dezembro. O movimento ocorre em meio a sinais de aperto nas condições do mercado de Londres, onde bancos têm realocado metais para os EUA como forma de proteção contra possíveis tarifas.

Quanto ao panorama técnico atual do ouro, os compradores precisam recuperar a resistência mais próxima, em US$ 4.372. Isso lhes permitirá atingir o alvo de US$ 4.432, acima da qual será bastante difícil romper. O alvo mais distante estará próximo de US$ 4.481. Caso haja uma queda nos preços do ouro, os vendedores tentarão assumir o controle de US$ 4.304. Se forem bem-sucedidos, uma quebra abaixo dessa faixa representará um duro golpe para as posições otimistas e empurrará o ouro para uma baixa de US$ 4.249, com potencial para atingir US$ 4.186.